No DIA INTERNACIONAL DA MULHER a
REVISTA VITRINE DA PRAIA homenageia a jornalista americana Elizabeth Jane Cochran, mais conhecida no mundo como NELLIE BLY.
Nascida em 1864, a história de NELLIE como jornalista começou no dia em que ela teria lido um artigo machista do jornal PITTSBURGH DISPATCH chamado: "PARA QUE SERVEM AS MULHERES?"
Indignada com todas as bobagens que leu neste artigo, a jovem Elizabeth escreveu uma carta enorme de protesto ao editor-chefe do jornal, dizendo poucas e boas. Resultado: encantado com a audácia e o estilo
da moça, que assinava com o pseudônimo de "Órfã Solitária", ele quis conhecê-la pessoalmente e acabou
contratando-a como repórter. Colocou nela o pseudônimo de Nellie Bly, personagem de uma canção daquela
época.
Mesmo tendo tudo para ser uma jovem mimada, bem-nascida e filha de juiz, Nellie Bly nunca se conformou
com a situação das mulheres de sua época. Sua primeira matéria para o jornal Pittsburgh Dispatch foi denunciar o desamparo que as mulheres casadas e descasadas de sua época sofriam perante a lei, principalmente se fossem abandonadas por seus maridos, reinvindicando mudanças na lei.
Nellie foi a primeira JORNALISTA INVESTIGATIVA de sua época, profissão que não existiu antes dela.
Para escrever sua segunda matéria, virou operária de fábrica durante dias e mostrou as péssimas condições de trabalho,os baixos salários e a exploração de mão de obra infantil. Acabou incomodando muitas fábricas
e sendo transferida para cobrir eventos sociais.
Em resposta a transferência compulsória, Nellie decidiu viajar para o México para escrever sobre a pobreza e a corrupção policial do país. Acabou sendo expulsa pelo Governo Mexicano.
Voltando ao seu país, começou a trabalhar em outro jornal. Sua próxima reportagem-investigativa viraria livro. Internou-se propositalmente num manicômio para mulheres, na ilha de Manhattan, e passou por todas as mazelas que as internadas passam, para escrever sobre o assunto.Nellie descobriu que lá estavam internadas muitas mulheres saudáveis, que não seguiam os padrões da época,e só estavam ali porque as familias queriam se livrar delas. Sua matéria provocou uma revolução no sistema de saúde americano, e Nellie se tornou uma celebridade nacional com o livro: DEZ DIAS NUM HOSPÍCIO.
Em 1989 Nellie partiu para registrar uma grande aventura: bater o recorde do escritor Julio Verne no romance: A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS. Nellie levou exatos 72 dias, passou na França e conheceu e entrevistou o escritor famoso que a inspirou.
Baixinha, com cara de menina e ótima ouvinte, depois da aventura da volta ao mundo, ela se casou, enviuvou,
assumiu o comando das empresas do marido e acabou indo a falência, por ter pensado muito mais no conforto dos empregados do que nos possíveis lucros da empresa.
Quebrada, embarcou para a Inglaterra para se afastar um pouco dos problemas financeiros. Sem planejar, acabaria se tornando a unica repórter mulher no campo de batalha da Primeira Guerra Mundial.
Foi presa por ter sido confundida com uma espiã inglesa, acabou reconhecida por um interprete e solta logo depois.
Mesmo correndo riscos, ela nunca se deixou intimidar, e procurou tornar-se denunciante de tudo o que era opressor e indigno, principalmente contra as mulheres.
Não é justa a nossa homenagem de hoje?
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